20 de abril de 2016

Etcétera | A polêmica por ser bela, recatada e do lar


Parafraseando o texto de Nina Viana Almeida (via Facebook)

Após a capa da Veja enaltecer a vida de Marcela Temer, esposa de Michel Temer, por ter abandonado sua carreira para ser uma "do lar", muitas mulheres brasileiras se sentiram ofendidas com a glamurização da mulher como dona de casa. Falando de mim, não me arrependo um segundo em ser considerada "bela, recatada e do lar", na verdade, sinto muito orgulho disso. Não me arrependo ou me envergonho de ter trancado minha faculdade (mesmo sendo federal) por um tempo, mesmo quando dizem que eu teria um futuro brilhante pela frente. Sim, eu teria. A Rural tem um peso enorme no currículo. Mas eu não ia continuar em algo que não me fazia feliz só por status ou porque muita gente queria estar em meu lugar. Eu estudei, sim. Estudei muito! Mas ali dentro percebi que não era aquilo que queria.

Fui ensinada pela minha mãe a ser uma mulher independente, que corre atrás dos seus sonhos. Aos 15 anos eu já estava fluente no inglês, e aos 18 no espanhol. Todos ao meu redor diziam que eu deveria me cuidar sozinha, e depois, pensar em casamento. Sempre fui comunicativa, e me destacava em todos os cursos que fazia.

Mas eu fugi desse percurso. Fugi porque quis. O ensinamento ainda está guardado comigo, e sou muito grata a todos, mas eu não me arrependo de ter me casado aos 19 anos com um cara incrível, que rala o dia inteiro pra colocar o pão de cada dia na mesa. Não me envergonho de ter engravidado semanas após meu casamento, mesmo quando dizem que sou nova demais. Mesmo quando dizem que meu futuro acabou, que serei uma dona de casa para sempre, e serei sustentada o resto da vida pelo meu marido.

Não me envergonho de ser chamada "dona de casa". Eu fiz e faria tudo de novo se fosse necessário. E mais pra frente, quando meu filho tiver maior, se for necessário retomarei a minha vida acadêmica e profissional, porque é o que meu marido deseja. Mas, se não for, ainda assim tenho certeza que serei feliz.
Prazer, Amélia! Bela, recatada e do lar, graças a Deus.


5 comentários:

  1. Bom, vi seu post no Facebook mas não quis problematizar.
    Venho por meio desta esclarecer algumas coisas.

    A grande questão do "bela, recatada, e do lar" é que isto não deve ser imposto como um padrão da sociedade. Mulheres que escolheram abrir mão de uma carreira tem grande valor sim. Mas mulheres que escolheram ser independentes também.
    A luta do feminismo é para que você viva sua escolha de forma livre, e não que a sociedade te julgue como mais valorosa que outras, entende?
    Você tem seu valor, e sua escolha também. Você é livre para viver desta forma. E admiro sua coragem por ser jovem e abrir mão de tantas outras coisas. Mas também admiro as mulheres que correram atrás pra realizar outros sonhos. A questão aqui é que uma escolha como a sua não é maior nem menor que a escolha de outra mulher.
    Não há problema algum em ser "bela, recatada e do lar" como também não há em ser "bela, desbocada e do bar"
    São escolhas. Devem ser respeitadas!

    Não me entenda mal, por favor!
    Mas peço que não desvalorize a luta de outras mulheres.
    A sua escolha foi feita de forma livre, mas muitas antes de você tiveram isso imposto a elas, e não foram felizes.
    Não ache que porque algumas feministas são radicais que a luta deve ser desvalorizada.
    Algumas pessoas não sabem se expressar como você vem fazendo, entende?
    Nem por isso a luta é menos válida.
    Repito: Antes de você poder fazer sua escolha de forma tão livre, muitas soaram para conseguir essa liberdade. Não digo isso apenas para a questão de ser "do lar" mas em muitas outras áreas. E essas mulheres têm que ter seus ideias respeitados. Como o seu deve ser.

    Não me leve a mal com todas estas palavras, não tenho a intenção de lhe ferir. Apenas mostrar o outro lado da história.

    Continuarei te acompanhando. Gosto muito da forma que se expressa.

    Grande abraço, e paz

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    1. Bom, pelo visto não ha como me manter anonimamente. Então usarei o pseudônimo de "Antônia" hahaha

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    2. Oi "Antônia" rsrs, tudo bem com você? Perdão pela demora da resposta, eu fiquei muito atarefada esses dois dias com as coisas do meu baby, e como não consigo usar o blog pelo celular, fiquei sem tempo de sentar e pegar o notebook, foi bem difícil! ahahahha
      Mas enfim, vamos lá!

      Primeiramente muito obrigada por colaborar aqui, é muito bom saber que há pessoas com ideias divergentes das minhas participando.
      Eu nunca desqualifiquei qualquer luta do movimento feminista, sei que muita coisa aconteceu graças a mulheres que deram sua "alma" pra que fossem ouvidas. Apenas não concordo com o movimento feminista brasileiro (o atual). São ideais muito diferentes do que eu luto e acredito, portanto, não possuo prazer algum em participar disso. Tudo isso que escrevi é na verdade uma visão pessoal minha, falando sobre meu estilo de vida e que jamais quero ser desrespeitada por isso. Esse texto foi uma resposta à uma extremista que disse que eu deveria ser pra sempre "submissa, sustentada e oprimida pelo meu marido, esquentando minha barriga no fogão e transar obrigadamente" (só troquei pra primeira pessoa nessa frase, mas eu juro que uma menina disse isso pra mim quando disse que não me envergonhava de ser uma "do lar"). Isso me doeu. Doeu porque tenho um marido maravilhoso, que graças a Deus me ajuda muito dentro de casa, mesmo trabalhando. Doeu porque muitas mulheres têm sido extremistas AO EXTREMO, que só porque você não concorda com o que elas querem, na verdade deve ser oprimida pelo sistema patriarcal.

      Portanto, foi um texto pessoal. Não faço desse texto uma verdade absoluta para outras mulheres. Eu acredito que cada uma nasceu com um papel nessa vida, umas para ficar dentro de casa, e outras para voar longe. Ninguém nessa vida doida tem o direito de te julgar pelas suas escolhas, você deve ser o que quiser.

      Como disse, minha verdade não é absoluta. Ela é a minha verdade. O que aplica-se a mim, não necessariamente irá se aplicar a uma outra mulher.

      Espero que tenha entendido o que quis dizer, jamais vou desqualificar uma luta. Apenas luto contra o extremismo, seja em qualquer vertente. Até mesmo dentro da minha religião sou assim rsrs. Um beijooo, e nem imagino quem poderia ser você hahaha. Volte mais vezes, tá? Eu adoro conversar hahahhahaha <3 Beijo enorme!!

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    3. Hahaha, uma dica de quem eu sou: Estudamos juntas!

      Isso não vai ajudar muito, né? Hahaha

      Enfim, eu entendo seu lado. E concordo que no feminismo hoje há muito extremismo/radicalismo. Mas como eu disse, não podemos ver a luta apenas pelo lado delas. Há pessoas que realmente não tem noção de como se expressar.

      Me alegra saber que você é tão feliz e realizada com a sua escolha, e desejo que seja assim por toda sua vida!

      Mas também conheço a triste realidade de quem não tem a sua, hum... Sorte? (podemos chamar assim?)
      Enfim. Seu texto foi bem colocado, e sua resposta mais ainda.

      E quanto ao comentário que s magoou, sei o quão fácil é dizer para não ligar, e o quão difícil é fazer isto.
      Nunca saberemos o que o outro passa. Embora a vida traga situações semelhantes, cada um sente de maneira única.

      Espero não ter fugido muito do assunto, haha.

      Até a próxima, beijo!

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    4. Eu nem imagino quem seja mesmo, de verdade HAHAHA. Mas não importa, só volte sempre que quiser, e continue comentando! Muito obrigada mesmo pela sua opinião, e fico feliz por ter entendido o que eu quis passar. Um beijo enormeee! <3

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